🗣️Fala, Monix👩🏻
No tempo que o blogue não chegava direto no seu e-mail, eu costumava publicar, nesta época do ano, um post enorme cheio de links, com os filmes, livros, peças de teatro etc vistos ao longo do ano. Dava um trabalhão pra fazer e não rendia quase nenhum comentário, mas desde quando o Duas Fridas é sobre engajamento? Aqui não ligamos para métricas, a gente quer é viver (la-la-la-la-lala)… Meu objetivo com a retrospectiva é registrar o que eu fiz de interessante, e de bônus ficam aí as dicas pra vocês ;)
Lembrando assim de cabeça, eu diria que nas primeiras vezes a maior parte das anotações eram de filmes vistos no cinema. Agora o streaming predomina, e surpreendentemente, mesmo com a falta de tempo que acomete a todos nós, tenho a impressão de que as retrospectivas têm ficado cada vez maiores. Então este ano resolvi ser mais direta (será que vou conseguir?), colocando aqui só as dicas mais interessantes, juntando coisas mais ou menos semelhantes em uma lista mais fluida e menos organizadinha. Vamos a ela.
Histórias de família e amizade
Os Banshees de Inisherin é um filme bastante perturbador para começar essa lista, desculpe aí o mau jeito. Para compensar, ficamos com Pérola e sua visão muito afetiva de uma mãe, digamos, intensa. Ainda na editoria de coisas emocionantes, uma pequena joia é a minissérie Companheiros de Viagem, que descobri quase por acaso e foi descrita por um dos críticos como “uma jornada de paixão e política'“, o que faz bastante sentido. E sobre amizades complicadas, me surpreendi com Fim — não esperava muito, mas a série me prendeu, especailmente por conta das boas interpretações.
Numa pegada mais cômica, teve Sete Mulheres e um Mistério, ótima pedida para se divertir sem pensar muito. Já O Novelo mostra uma dinâmica entre irmãos bem mais complexa, mas muito tocante, assim como também, de forma diferente, é a toada de O Cântico dos Nomes.
E como falar em irmãos sem registrar a magistral Succession? Quem não viu deveria parar tudo que está fazendo e começar agora. Outro drama de irmãos, sendo que este bem real e com implicações na vida de um país inteiro, está narrado no podcast Collor versus Collor, para quem lembra de quase tudo ou para quem nasceu muito depois do que aconteceu. Mas treta boa mesmo está mostrada na série documental pessimamente traduzida como A Bilionária, o Mordomo e o Namorado, que tem uma bilionária, sim, mas o resto é sobre outra coisa bem diferente.
E quando as tretas ficarem muito sérias, é só migrar para o delicioso Viajando com os Gil que a cabeça vai longe, para lugares bem melhores. E para encerrar esse tema, ficam três dicas de livros intrigantes, que contam histórias nada convencionais: O Bebê é Meu, Tudo é Rio e A Vegetariana.
Histórias históricas
As histórias pessoais me encantam, mas elas ficam ainda melhores quando ultrapassam a fronteira do indivíduo e mostram o que aconteceu com muita gente (fiquei na dúvida se diria “com um povo” ou “com uma sociedade”, então deixo para vocês escolherem). Por exemplo, filmes de guerra que falam sobre a inutilidade da guerra. Nesse quesito, nenhum é mais incisivo que Nada de Novo no Front, mas além dele teve também Minha Melhor Amiga Anne Frank e a bela adaptação de Toda Luz Que Não Podemos Ver.
Outras guerras são retratadas em A Mulher Rei, Assassinos da Lua das Flores, Fuga de Cabul, Fantasmas de Beirute e Reféns (porque guerra fria também é guerra).
E como não é só de batalhas que se faz a história, teve muitas outras coisas: um pouco de Brasil em Dunas do Barato e Funk.doc (aliás, imperdível mesmo, pra quem estiver no Rio até agosto do ano que vem, é a exposição sobre funk no MAR). Mas poucas coisas me ensinaram tanto sobre o nosso país quanto a série Transamazônica – Uma Estrada para o Passado e o livro O Crime do Cais do Valongo. E não dá pra deixar de fora podcasts imperdíveis como Um Espião Silenciado, Jogo de Cartas, Mulheres na Independência e Alcântara: o desastre espacial brasileiro.
Para levar a história de um jeito mais leve, só como pano de fundo para o que realmente importa, que são os dramas cotidianos que movem a existência humana, tem que dar uma espiada em The Crown, embora a última temporada não seja lá essas coisas. Mas também vale conferir The Guilded Age, com seus dramas tipo Downton Abbey, e, claro, as excentricidades da Rainha Charlotte.
Histórias para divertir
Tem horas que a pessoa só quer sentar, se distrair e não pensar em nada muito complicado. Daí é a hora que de pegar o controle remoto e botar pra tocar coisas como Glass Onion, Camaleões (com o Benício), Pinocchio (dirigido pelo Guillermo, favor não confundir), Contrabandista de Pez, Codex 632. Ou, se preferir, abrir o Kindle e ler o delicioso A Biblioteca da Meia-Noite.
É isso, tá bom já, né? Ano que vem tem mais :)