Uma brasileira fantástica
Niède Guidon fez tantas coisas que sua história não cabe nesse post
🗣️Fala, Monix👩🏻
Morreu esta semana uma das mulheres mais fantásticas que o Brasil já teve, mas o nome dela é pouco conhecido e menos ainda reconhecido. Niède Guidon, apesar do nome com jeitão de gringo, era brasileiríssima, nascida no interior de São Paulo nos anos 1930. Conheci essa ídola por causa do podcast “Os caminhos de Niède Guidon”, que conta a trajetória dela desde que foi expulsa de uma escola onde era professora, por ensinar a teoria da evolução das espécies, em uma espécie de O vento será tua herança tupiniquim. Depois disso, Niède foi para São Paulo, se tornou arqueóloga, trabalhou na França, foi para a Serra da Capivara, enfrentou a ditadura militar, sofreu ameaças de morte e revolucionou a vida das mulheres da cidade de São Raimundo Nonato, no interior do Piauí, não necessariamente nessa ordem.
Niède fez tantas coisas que é difícil resumir em poucas palavras, mas além de ser a principal responsável pela criação do Parque Nacional na Serra da Capivara e do Museu do Homem Americano (que desde que ouvi o podcast entraram na minha lista de lugares a conhecer antes de morrer), ela é conhecida principalmente por seus achados arqueológicos que sugerem que o povoamento do continente americano é muito mais antigo do que indicava a hipótese da passagem pelo estreito de Bering. Segundo o verbete sobre a arqueóloga na Wikipedia,
enquanto a hipótese mais aceita, acerca do povoamento das Américas, postula que os primeiros humanos chegaram no continente há 15 000 anos, alguns dos sítios arqueológicos estudados por Niède contêm artefatos que datam de até 58 000 anos AP.

Quando a gente descobre uma pessoa assim tão incrível, qualquer fiapo de proximidade dá um orgulho danado. Pois quando veio a notícia de sua morte, eu soube que minha amiga A. fez algumas das gravações dos áudios da Niède usados no podcast (cedidos pela também maravilhosa Malu Galli, que está arrasando como a tia Celina de Vale Tudo, mas isso é outra novela). E pesquisando pra este post, descobri que uma das muitas honrarias concedidas à Niède foi o prêmio Almirante Álvaro Alberto, que vem a ser bisavô da Dedeia, nossa amiga do coração.
Niède Guidon faz parte do panteão de grandes nomes brasileiros de todos os tempos, disso eu não tenho dúvidas. Que nosso país saiba honrar sua memória.
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Como fazia tempo que a gente não aparecia por aqui, aproveito pra deixar umas diquinhas de coisas que andei assistindo. Ultimamente tenho visto tanta porcaria que quando chega uma coisa boa dá vontade de compartilhar :)
Pablo e Luisão: quem estava no Twitter antes do Kiko dos foguetes estragar a brincadeira deve se lembrar dos tuítes hilários do Paulo Vieira contando as loucuras do pai dele (Luisão) e seu melhor amigo (Pablo). De tão incríveis, viraram série no Globoplay e é uma das coisas mais deliciosas que assisti nos últimos tempos. Vê lá e depois me conta.
Will & Harper: esse documentário é tão emocionante que nem vale a pena explicar muito. Basta dizer que trata de uma jornada intensa e transformadora reunindo duas pessoas incríveis. Fazia tempo que eu não chorava de verdade assistindo um filme.
Mountainhead: essa comédia dramática aparentemente despretensiosa, do mesmo sujeito que nos entregou Succession, deixa um gosto amargo de realidade no final. Será que os diálogos bizarros são tão fantasiosos assim? Fica aí o questionamento.
Amei esta newsletter do começo ao fim 😍
Estou ouvindo o podcast e por isso não li todo o texto da newsletter para não ter spoilers, hahaha. É que mesmo que eu soubesse da existência da Niède Guidon, sei tão pouco sobre ela, tô adorando o podcast, dica boa da Monix. Depois volto aqui.
Eu também amei Will & Harper, me tocou demais. Vou conferir as outras dicas do post. Bj.