Parecia que o ex-ministro seria um vencedor absoluto desse prêmio infeliz* — até o Átila Iamarino resolver entrar na disputa fazendo publicidade pra petrolífera estrangeira. Eu fiquei bem Travolta tentando entender; é de cair você sabe o quê você sabe de onde. Grana, óbvio, e certamente não foi pouca: é um setor que paga bem e sabe o valor do que compra quando se trata de reputação e credibilidade. Mas validar uma atividade predatória e inegavelmente responsável pela deterioração do planeta, sendo um cientista que sabe disso melhor que eu e você…beira a canalhice, não tem outro nome. E nem dá pra apelar para qualquer sentimento nacionalista, muito pelo contrário. Ainda que ele não esteja falando mentiras ou apenas fale de aspectos supostamente positivos de uma atividade repleta de consequências alarmantes para a vida na Terra, não dá pra achar que tá tudo bem, porque não está. Ao aceitar o trabalho, ele está fazendo uma escolha política e se aliando a agentes sabidamente nefastos, sem a desculpa da ignorância. Ele sabe do que está falando, sabe porque foi escolhido para falar e o que está vendendo. Como é que alguém que foi o maior combatente do negacionismo na pandemia se presta a um papel desses, de defensor do negacionismo climático? Nem cobro ativismo dele, não esperava vê-lo protestando junto com a Greta Thunberg, mas daí a dizer que “o petróleo ajuda a impulsionar vidas”…só se for para o abismo. Francamente, que decepção.
*Pra mim, o ex-ministro continua imbatível.
Essa foi foda, mesmo. Dei unfollow nele geral.