Fala, Helê 👩🏾🦳
Só na quinta ou sexta-feira percebi que umas chuvas que eu vi de relance durante a semana provocaram a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul. E que a cidade estava mobilizada para um show da Madonna na praia, quase um reveillon fora de época. É que só agora sou capaz de assimilar informações sobre o resto do mundo: minha filha esteve doente, internada por 12 dias, e nesse período a vida ficou num estado de suspensão, como bem nomeou L. Como se descesse uma bruma em torno de mim ou como se eu tivesse entrado num túnel, de onde saio estranhando a luminosidade e tendo que me readaptar. Porque com o maior amor do mundo vem o maior dos medos, aterrorizante, indizível, suportável apenas pela fé de ser superado. Agora está tudo bem, ela está curada e ótima (não custa repetir pra afastar traumas e medos resistentes feito uma bactéria). Eu ainda nem sei dizer como estou - além de aliviada e grata. Tentando recalcular a rota da vida depois dessa rasteira. Esperando por mais dias de glória, que os de luta foram desnecessariamente puxados.
Te abraço de novo, bonitona.
Que experiência terrível, Helena... Assusta só de ouvir o relato... Mas acabou. E acabou bem. Felizmente. Respire fundo, porque você voltou à superfície depois de um longo mergulho, de uma longa apneia, de uma visita indesejada às profundezas do mar numa noite sem luar.