🗣️Fala, Helê 👩🏾🦳
😔Soube da morte do Quinho do Salgueiro por um post do Simas que, mais uma vez, foi conciso e preciso:
"Explode coração, na maior felicidade" e "eu vou tomar um porre de felicidade" são versos cravados no imaginário do Brasil como bandeiras de nossa transgressora alegria diante dos perrengues.
Quinho fez o Brasil mais feliz! (Luiz Antonio Simas)
Chorei vendo a matéria sobre Quinho - eu, que nem sou salgueirense. Mas a voz dele me fez muito feliz, muitas vezes. Cariocas, brasileiros, sambistas, perdemos todos.
La Otra presenciou o fenômeno provocado pelo Salqueiro e por Quinho, em 1993. Vale a pena ler o texto completo aqui, mas sobre a passagem do Ita, vai esse registro impressionante:
Eu estava no setor 11, um dos últimos, quase na Apoteose, portanto só quando a escola se aproximava da metade do desfile conseguia ver o carro abre-alas e os primeiros componentes, ao longe.
Mas quando o Salgueiro pisou na Avenida, o mundo parou. É impossível explicar, mas acreditem: a sensação foi física, uma onda de euforia se propagou no ar e chegou até nós. Eu não conhecia o samba, eu não sou salgueirense (devo à Portela de 1981 minha introdução no mundo do Carnaval, e certas coisas a gente não esquece), eu nem fazia questão de estar ali, mas naquele momento tudo ficou diferente.
Meu coração explodiu e nunca mais foi o mesmo.
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✊🏾Eu acredito que uma das evidências mais sérias do quanto a sociedade brasileira está doente é o fato de uma pessoa como o padre Julio Lancellotti ser perseguida, ameaçada, até questionada pelo trabalho que faz. O cara mais cristão que eu conheço, no sentido mais literal possível da palavra. O cara que lida com quem ninguém mais quer lidar, que cotidianamente trabalha com os despossuídos, que trata com dignidade e respeito pessoas que a gente nem olha na rua. O cara que, diante da propaganda odiosa bolsonariana que pregava deus acima de tudo, lembrou que, em verdade, ele está no meio de nós. A criação de uma CPI com a clara intenção de persegui-lo é algo escandaloso, vergonhoso. Toda solidariedade ao padre Júlio!
(E todo desprezo aos padres celebridades, feito o Alok de Aparecida - melhor apelido de 2024 até aqui 😆)
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🎸Menino Paul McCartney não consegue mais dar show no Rio sem a minha presença - foi a conclusão que cheguei. No primeiro, em 91, eu fui de ingresso comprado, ok, normal. O segundo, em 2011, eu fui convidada de última hora por lord Claudio Luiz (deixei aqui minhas impressões, ainda tão nítidas que nem acreditei que já havia se passado 12 anos!). E nesse agora do Maraca, eu tava em casa, já dando o sábado por encerrado depois de comemorar o niver de A., quando um ingresso caiu no meu colo. Mais inacreditável ainda: por outras vias, caíram dois também no colo da minha filha e do pai, e lá fomos nós assistir Sir Paul em família. Acho que nunca imaginei ver um Beatle junto com a minha filha, nem nos meus sonhos mais loucos. Incrível como esse homem atravessou de um século para outro mantendo a relevância e a excelência, hipnotizando plateias e, agora, ensinando que envelhecer não precisa ser ruim. E ver a minha filha num show em que ela não conhecia metade das músicas totalmente extasiada, tendo a exata dimensão do que estava presenciando, foi dos raros momentos em que pensei: pô, acertei. Essa herança, o amor pela boa música, eu passei pra ela.
eu eu lá no endereço antigo esperando os textos de vocês... que bom lê-las de novo!