Paris 2024
Uma cidade ciente de seus encantos - e a oportunidade de uma nação mostrar para o mundo sua própria narrativa
🗣️Fala, Helê 👩🏾🦳
Fui procurar ontem quantas Olimpíadas este blogue já assistiu, nesse exercício constante de assombro com a passagem do tempo que acomete todos nós que vivemos na Casa dos 50. Esta é nossa sexta olimpíada, mes amis, Athenas 2004 foi a primeira que assistimos como blogueiras.
Interessante que há, na verdade, menos posts do que eu esperava encontrar. Olimpíadas são um assunto entre nós e na nossa bolha, mas ganhou mais espaço no blogue em 2016, por razões óbvias de amor à cidade sede, e em 21, quando foi a nossa janela para o mundo em meio ao isolamento social. (Tem muito mais post sobre copa do mundo - não por acaso, “Boleira” é uma das categorias deste blogue”).
Paris 2024, cerimônia de abertura: adorei, adorei. Teve pontos fracos, esperados em qualquer coisa que dure quatro horas, lógico. Eu imagino com toda força um mundo em que ‘Imagine’ seja banida, eu só serei capaz de ouvir essa música de novo daqui a duas encarnações.
“Ah, mas chamaram cantoras não francesas…” Gente, tá achando que todo mundo é Brasil, que usou seus melhores artistas e, literalmente, ainda sobrou?
Fiquei absolutamente encantada com a ousadia francesa de fazer algo completamente diferente de tudo que já foi feito antes, justamente numa cerimônia centenária, tradicionalíssima, que envolve tanta grana e política. Claro que é mais fácil se dar esse luxo quando é a terceira vez que você promove o evento, mas ainda assim…É de um destemor incrível, e uma proposta poderosa, democrática, usar a cidade como cenário, vender e também doar convites para a população assistir… Fez falta, claro, o Cacique Cobra Coral, mas diferentemente de nós, eles sabem enfrentar a chuva. Grandioso, destemido, memorável - o que mais um evento desses precisa ser?
* Update: ’A Festa dos Deuses’ é uma pintura do artista holandês Jan Harmensz van Bijlert, e já tem verbete na Wikipedia abordando a controvérsia.
Passei a gostar mais da abertura depois do seu texto. Concordo com tudo.
Sem chuva ficaria melhor e sem aquela música, também. Decididamente, por mais que a cantora fosse ótima, a cena forte, a escolha da música fez perder o brilho. Se fosse desfile de escola de samba, ganhava um 9.9 e ia ficar reclamando que perdeu o campeonato por um décimo. eheheh
Só não vi/li nenhum comentário sobre as pontes, que achei uma alegoria de ligar 2 lados, 2 mundos, 2.