🗣️Fala, Monix👩🏻
Ontem eu li aqui no Substack um texto que citava a frase sartreana “o inferno são os outros” (obrigada, querida AP, por compartilhar). Não li Sarte, não sei qual o contexto desse postulado famoso, portanto não sei dizer qual é o conceito de “inferno” nesse caso. Só lembrei de uma história, eu tinha acabado de me mudar, estava conversando na varanda com a minha amiga AF, ela tijucana, dizendo que vizinhos são um saco, e eu inocentemente retrucando que puxa, eu adoraria ser mais próxima dos meus vizinhos e tal, até que o morador do apartamento de baixo mandou um “SSSSSHHHHH!!!!” na direção da varanda onde estávamos e eu desisti de vez da minha bem-intencionada política de boa vizinhança.
Por outro lado, anteontem eu estava comentando num grupo de zap que é um oásis no meio da lama das mensagens instantâneas sobre minha agenda do dia seguinte, que incluía médico às 9h, Pilates às 10h, fisioterapia às 13h, uma reunião às 15h, um frila com prazo de entrega, outro frila fixo que rola sempre às quintas e, bem, pra facilitar um pouco, uma carne moída que eu pretendia cozinhar pro almoço. Foi a sempre precisa G que me alertou para o absurdo da situação comentando algo como “nem imagino como você vai conseguir cumprir essa agenda toda”. Às vezes a gente precisa dos “outros” para se dar conta de que estamos normalizando coisas que deifnitivamente não são normais. E olha que esse exemplo é bem prosaico (não vou nem citar questões de violência física e/ou psicológica em que muitas vezes o “outro” é quem salva a gente).
A moral da história, se é que há alguma, é que, bem, depende.
Como tudo na vida.