Corra e olhe o céu
Hoje tem edição extraordinária porque não é toda semana que se ganha a Libertadores
🗣️Fala, Monix👩🏻
Sexta-feira à noite eu estava com meus amigos mais antigos, que me conhecem há mais tempo, e quando nos despedimos eles me desejaram boa sorte no sábado. Embora me conheçam há tempo suficiente para saber que não acompanho futebol, também me conhecem há tempo suficiente para saber que se o Fluminense não ganhasse aquele jogo seria o equivalente a uma tragédia familiar. Ser tricolor é mais que uma herança, é destino: avô materno, pai, mãe, tios, tias e vários primos dos dois lados da família, irmãos, irmã, sobrinhos e sobrinha, meu filho, o pai e o avô dele, todos torcem pelo clube das Laranjeiras. Que, aliás, é o bairro onde meus pais nasceram, cresceram e se conheceram.
Assisitindo o jogo de ontem me lembrei que não acompanho futebol não só pela minha incapacidade de entender quem é quem e o que está acontecendo no campo, mas também porque não dou conta disso não. Que atividade mais estranha, que faz a gente sofrer em agonia durante a maior parte do tempo em troca de uma alegria intensa que dura pouco (em algumas semanas voltaremos a sofrer pelo Mundial, antes pelo Brasileirão, depois pelo Estadual e por aí vai). Sentimentos que são ao mesmo tempo provocados por uns caras milionários que correm atrás da bola e pela nossa ilusão de que se torcermos com mais força ou do jeito certo poderemos influenciar o resultado.
Dizem que essa é a graça do futebol. Eu tento manter uma distância saudável: comemoro quando meu time ganha, e quando ele perde finjo que nem é comigo.
Entendendo ou não, destino não se escolhe: se aceita. Hoje, mais do que nunca, sou tricolor de coração <3