🗣️Fala, Helê 👩🏾🦳
Absolutamente fascinada com a capacidade da Beyoncé de pautar a mídia, as redes, as conversas todas. Ela resolveu que faria um álbum de música country e, a propósito, falaria sobre a ligação entre o gênero e a cultura negra. E desde a semana passada eu esbarro todos os dias em um ou mais post, tuíte, artigo ou comentário sobre os cowboys negros, os excelentes cantores e cantoras pretos do gênero esquecidos ou negligenciados, muitos detalhes de canções que levaram as pessoas a saber sobre coisas importantes, sistematicamente silenciadas. Vi até gente com letramento musical, fã dos Beatles, descobrindo agora as origens de “Blackbird” e ligação com os direitos civis. Beyoncé não faz apenas com que se ouça suas músicas, mas que se pense sobre elas, de um modo único. Atualmente, não vejo mais ninguém com esse poder. Sem falsas polêmicas: não estou comparando talentos, mas a capacidade de propor temáticas, resgatar narrativas e, em última instância, educar a audiência. Pra mim, influencer é isso - o resto é modinha.
E tudo isso vem de bonus num álbum incrivelmente bem-feito, com arranjos impecáveis, participações primorosas, muitas citações e referências, dentro e fora da música. Cowboy Carter já está entre os melhores do ano.