🗣️Fala, Monix👩🏻
A gente veio aqui, comemorou vinte anos de blogue e sumiu por várias sextas-feiras seguidas? É, sim, nós fizemos isso.
Tivemos motivos justos para fazer isso? A Helê com certeza; eu, nem tanto.
Outro dia li um post aqui nas Notas do Substack (depois falo mais sobre isso) que dizia algo como “as pessoas falam demais de si mesmas e elas não são tão interessantes assim”. O que eu entendi desse comentário foi que, de fato, esse gênero literário (cof, cof) que a nossa turma vem construindo nos blogues desde a época da internet a manivela (sem crase, assim como fogão a gás, forno a lenha, etc) tem uma estrutura mais ou menos comum que é começar contando um causo pessoal e depois abrir o leque para fazer uma crônica de costumes, um comentário sobre política, e por aí vai. A pessoa que escreveu esse comentário dizia justamente que têm sido frequentes textos que começam contando uma anedota pessoal, seguem aprofundando sobre o que aquela anedota fez a pessoa sentir ou pensar… e é isso. Acaba aí.
O que nos traz ao meu problema das últimas semanas: eu estava vivendo, de um jeito bem banal, bem tranquilo, uma vida estável de uma pessoa 50+ que tem a sorte momentânea de não ter nenhum parente doente, nenhum drama de relacionamento, nenhum filho fazendo besteira e poucos problemas de grana (precisava ganhar mais? com certezamente, mas não está faltando, amém). Some-se a isso o desinteresse profundo por um cenário político estressante que me dá gatilhos da crise de ansiedade que tive em 2022 e desejo nunca mais repetir, eliminando assim boa parte dos temas da crônica que costumo fazer por aqui. Enfim. A essa altura talvez você já tenha percebido que estou enrolando literariamente para transformar a falta de assunto em um texto bonitinho.
(Ah, eu falei que no momento não tenho nenhum parente doente, mas eu mesma fui derrubada por uma sinusite bem séria que me deixou fora do jogo por mais de duas semanas, então talvez eu possa meter um atestado pra justificar meu sumiço.)
Enfim, você deve saber que nosso lema é antes tarde que mais tarde ainda, então vou voltando. Desculpe a sinceridade, mas não senti tanta falta assim. Provavelmente o sentimento é mútuo, mas tamos aí ;)
E depois de uma edição completamente umbiguista-narcisista-desinteressante, ficam aí umas dicas do que andei lendo e vendo e ouvindo enquanto vivia minha vidinha banal.
A newsletter do Gabriel Trigueiro e do João Luís Jr. sempre me faz rir baixinho (um pouco) e os assuntos de que eles falam são coisas de que eu absolutamente não precisava saber, mas adoro ficar sabendo. Tipo a edição de hoje, que fala de realities ruins, e se você ainda não tem um pra chamar de seu, não sabe o que tá perdendo.
A série Shógun, que eu jamais teria assistido se não fosse em companhia do conje, é uma coisa tão bem feita, tão bem produzida, tão bonita, que mesmo alguém profundamente desinteressada da cultura japonesa - como eu - acaba sendo fisgada.
O podcast Vinte Mil Léguas, cuja terceira temporada conta a incrível história de Galileu Galilei.
É isso, gente. Tô voltando. Ou não.
:D
PS - Sobre o Substack: arrisco chutar que a maioria dos nossos leitores recebe a news por e-mail e nem sabe que essa plataforma é uma espécie de rede social de gente que gosta de ler e escrever. Minha dica final é: baixa o app do Substack e dá uma olhada no tanto de newsletters interessantes que tem por aqui, sobre tudo quanto é assunto. Sem medo de textão. E na seção de Notas rola uma emulação do que seria um bom twitter, num ritmo de poucos posts por dia e (ainda) sem a contaminação algorítimica que transforma toda conversa digital em um ambiente radicalizado e/ou polarizado. Aqui é quentinho e gostoso, acreditem.
Na dúvida se trago meu blog pro substack!
Amei!! Não vejo nada de ruim em compartilhar sobre experiências pessoais. Ao contrário: amo! É isso que dá sentido ao que se lê. Um dos males das plataformas rápidas atuais é o enxame de pessoas falando "faça isso, faça aquilo". 🙄